
Após uma ausência de três anos, Medal of Honor está de volta. Esta nova entrada é uma volta de 180 graus na série, um reiniciar, daí o nome ser somente Medal of Honor, sem nenhum subtítulo. Sendo a Segunda Grande Guerra um tema já muito explorado no gênero dos first-person shooters, aconteceu algo semelhante ao que aconteceu com Call of Duty 4. As guerras modernas são o foco dos grandes jogos deste gênero nesta geração, e como tal, Medal of Honor seguiu a "onda". Mas Medal of Honor foi mais longe e decidiu pegar num conflito atual e centrar-se nele, a guerra no Afeganistão.
Duas coisas rodeiam o lançamento de Medal of Honor, sendo elas o hype, é o regresso de uma grande série que já vem do tempo do primeiro PlayStation e que nos habituou a jogos de grande qualidade, e a segunda é a controvérsia. Primeiramente o jogo começou por ser banido pelas lojas GameStop instaladas na bases militares Norte-Americanas, e mais recentemente, os talibãs mudaram de nome no componente multiplayer para Opposing Force devido ao desconforto de algumas famílias e soldados. A meu ver, esta medida não muda nada, o jogo continua retratando a guerra no Afeganistão e os talibãs estão presentes na campanha (e também no multiplayer, afinal apenas mudaram de nome).
E depois, a história é praticamente inexistente. Saltamos de esquadrão em esquadrão (o jogador, não os personagens) mas não ficamos sabendo nada sobre os personagens e nem há interação entre os mesmos. A campanha resume-se aglomerado de missões com algumas cinemáticas fazendo ligação entre elas. Nota-se que o final da campanha era suposto para criar impacto no jogador, mas devido às razões referidas, não consegue criar o efeito desejado.
Se o modo campanha do jogo não traz consigo nenhuma novidade, o mesmo se aplica ao multiplayer. De fato, é muito e até demasiado idêntico a Bad Company (BC). É uma desilusão mesmo, pegar num jogo acabado de comprar e verificar que não possui conteúdo próprio, uma marca que desse vontade de explorar. A colagem é tal que se fecharmos os olhos ficamos com a nítida sensação que estamos jogando Bad Company MP.
O modo para múltiplos jogadores de Medal of Honor afasta-se dos seus concorrentes diretos, cola-se muito a BC, o que é lamentável, pois não se perdia nada com a tentativa de alguma inovação e até algum risco. Também paira no ar um odor a frustração ao jogar este modo, pois jogadores acabados de chegar, que não têm um ranking elevado e as armas apetrechadas, vão sofrer muito e a frustração instala-se de tanto morrer. Ranking superior é sinônimo de exagerada superioridade.
Medal of Honor é mais um título que fica além das expectativas. Houve uma grande aposta da EA e gerou-se hype ao redor do jogo mas isso apenas serviu para que a desilusão fosse maior. A campanha é razoável, mas curta e o multiplayer é demasiado parecido com Bad Company. Não que isso seja mau em si, mas que é mais do mesmo. Olhando para isto, os conteúdos para oferecer ao jogador não são muitos. A expressão "Só mais um FPS" serve bem para descrever Medal of Honor.
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